Em Mateus 5:13-16, Jesus fala “Vós sois o sal da terra”, afirmando e relacionando a característica do sal de purificar e conservar os alimentos, com o trabalho de seus discípulos, que, com sabedoria orientam o bom caminho, guiando a humanidade em meio as dificuldades do mundo.
Macau, cidade localizada na região da Costa Branca Potiguar, agora tem a possibilidade de se tornar uma das duas novas dioceses do Rio Grande do Norte. Uma comissão de estudo para criação de duas novas dioceses foi instalada no dia 08 de junho com uma celebração em ação de graças na matriz de Santa Rita de Cássia, na cidade de Santa Cruz.
Atualmente, com mais de dois milhões de habitantes, o território que compreende a Arquidiocese de Natal torna-se demasiado grande, assim como as demandas para a igreja católica, que busca ir de encontro as principais questões dos tempos atuais, aproximando-se de seu povo. Distante aproximadamente 180 km da sede da Arquidiocese de Natal, e aproximadamente 150 km das duas dioceses do estado (Mossoró e Caicó), a cidade salineira está geograficamente distante das áreas onde ocorre a tomada de decisão da santa igreja no Rio Grande do Norte.
Reconhecido economicamente e culturalmente como um importante município do estado, Macau se destaca por atividades como a indústria salineira, a exploração de petróleo, a produção de energia renovável, a pesca e o turismo, além de abrigar variados serviços e órgãos públicos, o que faz da cidade um polo de forte expressividade urbana.
Com antiga e importante história eclesiástica, a paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Macau, com seus 170 anos, demonstra atualmente força e vitalidade, contribuindo com a cidade em aspectos como o cuidado com grupos menos favorecidos e com a educação local. Inserida no Vicariato Norte, ligado a Arquidiocese de Natal, Macau e os municípios de Guamaré, Pendências, Alto do Rodrigues e Ipanguaçu, compõe o VI Zonal.
Em dois momentos anteriores, também foi proposta a criação da diocese de Macau, a primeira entre o fim da década de 1960 e meados da década de 1980, encampada por padre João Penha juntamente a Dom Nivaldo Monte, arcebispo da Arquidiocese de Natal a época. A segunda data do ano de 2006, com um estudo realizado pelo Monsenhor Assis. Mesmo sem a concretização do bispado de Macau, a população da cidade esteve unida, colaborando e somando forças.
Agora, olhamos novamente com esperança para a igreja de Macau, a imagem de Nossa Senhora da Conceição trazida da antiga ilha de Manoel Gonçalves, testemunhou o nascimento de um novo lugar, casa de fé e lar de gente de grande devoção. Deus abençoou a cidade em sua gênese e agraciou seu povo com uma terra de beleza e riquezas, ao passo que este povo consagrou sua fé na igreja.
Portanto, em reconhecimento pela devoção e pelo zelo religioso que o povo salineiro ao longo de sua história dedicou a sua igreja, com tantos filhos desta terra que hoje desempenham o exercício de evangelizar, a igreja de Macau é sal da terra, e sua diocese poderá guiar o povo de Deus, contribuindo ainda mais com a espiritualidade e dignidade de vida do povo de toda a região.
Por: Pedro Máximo
Bacharel em Geografia.